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Advogado pode ser jurado: Conhecendo os requisitos e restrições
O Código de Processo Civil brasileiro (CPC) é o conjunto de regras que regem as ações judiciais no Brasil. Ele estabelece as normas para os procedimentos, os direitos dos litigantes e as competências dos juízes. Em meio a essas regras, uma pergunta que surgiu devido à recente criação da justiça arbitral se faz interessante: um advogado poderia ser jurado? Esse é o tema que será explorado nesse artigo.
A Constituição Federal e a Justiça nos Tribunais
A Constituição Federal de 1988 é a base da ordem jurídica do Brasil. Ela estabelece as garantias fundamentais dos cidadãos e define as competências dos poderes da República. No artigo 93, capítulo VI da Constituição Federal é onde se encontra a regulamentação da nomeação, exoneração, remoção ou aposentadoria de juiz, que inclui as exceções de que um magistrado pode ficar privado do seus direitos e funções (ex: caso de desabnegador de seus deveres de magistrado) e que em algumas situações os advogados podem ser nomeados, a exemplo de casos onde se nomeia um cidadão comum, em substituição a um magistrado temporariamente. Isso levanta uma dúvida muito interessante: um advogado pode ser jurado?
História da Justiça Arbitral no Brasil
A história da justiça arbitral no Brasil é marcada pela evolução das regras e normas que a regem. Com a entrada em vigor do Código de Processo Civil de 1973, a justiça arbitral passou a ser uma alternativa importante para a resolução de disputes. Em 1996, com a entrada em vigor da Lei nº 9.307, o Brasil adotou um arcabouço legal que regulamentou a justiça arbitral e estabeleceu diretrizes para o seu funcionamento. Em 2009, foi editada a Lei nº 10.522, que alterou a legislação anterior e introduziu importantes mudanças no sistema de justiça arbitral.
A Constituição Federal e a Jurisdição nos Tribunais
A Constituição Federal é clara ao dizer que apenas juízes podem exercer jurisdição no Brasil (artigo 129). No entanto, quando nos referimos a um advogado como jurado, estamos nos referindo a uma figura que exerce uma função diferente, mas não menos importante. Um jurado é escolhido dentre a população, em geral, para julgar um caso e, nesse sentido, não é um juiz.
O Direito ao Julgamento por um Júri Popular
O artigo 120 do CPC estabelece que, em casos em que seja necessário um julgamento por um júri popular, a composição é feita de 6 leigos.
Advogados e Jurisdição: O que É um Advogado?
Um advogado é um profissional que atua na área da advocacia. Ele é habilitado a representar seus clientes em juízo, defender seus direitos e interesses. Um advogado é obrigado a guardar sigilo sobre as informações que lhe são confiadas por seus clientes. Além disso, um advogado é capaz de se tornar um jurista, porém, a única coisa que não faz é julgar de fato e de direito, porém, faz um julgamento com o próprio raciocínio, porém, ele não faz julgamento de caso concreto, pois um juiz tem poder de julgar.
Advogados e Jurisdição: O que É um Juiz?
Um juiz é um magistrado que é investido de jurisdição para julgar casos e aplicar a lei. Ele é responsável por fazer as decisões que sejam justas e de acordo com a Constituição e as leis. Um juiz tem poder para decidir sobre tudo, desde a sentença até os pedidos de liminar, sendo assim, um juiz é a figura de maior autoridade da justiça.
A Distinção entre Advogado e Juiz
A principal diferença entre um advogado e um juiz está na função que ele exerce. Um advogado representa seus clientes, enquanto um juiz decide em casos de fato e dirime conflitos. Além disso, um advogado não pode ser juiz, pois os dois ofícios são incompatíveis.
O Advogado como Jurado: É Possível?
O artigo 121 do CPC estabelece que apenas pessoas que forem cidadãos brasileiros, maiores de idade e que não tenham sido condenados por crime definido no artigo 15 da Lei nº 4.886 de 09 de dezembro de 1965 (Lei de Segurança Nacional) podem ser designados como jurado. Em outras palavras, para ser um jurado, basta ser um cidadão comum que atenda a essas condições.
O Papel do Advogado como Jurado
Se um advogado pode ser jurado, o que significa isso? Significa que ele não estará mais representando seus clientes, mas sim julgando os casos. Isso é uma situação completamente diferente, em que o advogado estará exercendo uma função completamente oposta à que é conhecida.
Os Conflitos entre Advogados e Jurados
Imagine que um advogado é escolhido como jurado em um caso no qual ele tem um cliente interessado. Essa situação pode causar conflito entre os interesses do advogado e os do jurado. Em outras palavras, o advogado pode ter que julgar um caso no qual seu cliente está envolvido, o que pode levar a uma situação de conflito.
Conclusão
Em resumo, um advogado não pode ser jurado. Isso porque a função do advogado é representar seus clientes, enquanto a do jurado é julgar os casos. Além disso, a Constituição Federal e o Código de Processo Civil estabelecem regras claras sobre o funcionamento da justiça e sobre as condições para ser um jurado.
A Importância da Segregação entre Advogados e Jurados
A segregação entre advogados e jurados é importante para garantir a imparcialidade dos julgamentos. Se um advogado puder ser jurado, pode haver um conflito de interesses que comprometa a justiça do julgamento.
A Evolução da Justiça Arbitral no Brasil
A justiça arbitral no Brasil está em contínua evolução. Com a entrada em vigor de novas leis e regras, o sistema de justiça arbitral está se tornando cada vez mais complexo. No entanto, a segregação entre advogados e jurados é fundamental para garantir que a justiça seja feita de forma justa e imparcial.
Referências
- LEI N.º 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996.
- LEI N.º 10.522, DE 19 DE JUNHO DE 2002.
- LEI N.º 10.593, DE 6 DE OUTUBRO DE 2003.
- CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO.
Perguntas Frequentes
- Pode um advogado ser jurado?: Sim, um advogado pode ser jurado, desde que atenda às condições estabelecidas na Constituição Federal e no Código de Processo Civil.
- Qual é a função do advogado como jurado?: A função do advogado como jurado é julgar os casos e decidir sobre as situações apresentadas aos tribunais.
- Qual é a principal diferença entre um advogado e um juiz?: A principal diferença entre um advogado e um juiz está na função que ele exerce. Um advogado representa seus clientes, enquanto um juiz decide em casos de fato e dirime conflitos.
- Por que é importante a segregação entre advogados e jurados?: A segregação entre advogados e jurados é importante para garantir a imparcialidade dos julgamentos e evitar conflitos de interesses.