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Um PM artista

quinta-feira, 19 de outubro de 2017 às 17:17 - por, redacao.

Ceramista


Sargento realiza exposição em Conselheiro Lafaiete


 

O Sargento PM Hermenegidio, nome consagrado na arte da Cerâmicas Saramenha,  tem desenvolvido seu talento por inúmeras exposições no circuito mineiro:   Expominas, Assembleia Legislativa, Espaço Cultural do Terminal Rodoviário de Belo Horizonte, Salão Chevais em Nova Lima/MG, Espaço Minas Centro e como não podia deixar de ser, na Mostra de Arte Plásticas da Polícia Militar. Neste mês de outubro, o artista militar realiza no dia 21 de outubro, com abertura ao público a partir das 19 horas no Solar Barão de Suaçuí, em Conselheiro Lafaiete, mais uma apresentação do seu trabalho inigualável.

Saiba um pouco mais:

Sargento da Polícia Ambiental, Rosemir Hermenegidio, além de militar dedicado e pai de família exemplar é também um Artista Plástico que, como artesão com aguçada sensibilidade, produz peças de beleza inimagináveis com a técnica da cerâmica Saramenha.  Antes de ingressar na Polícia Militar, Rosemir já trabalhava com  essa técnica   há mais de 30 anos. Ele  conta que conheceu a cerâmica Saramenha, ainda menino, através de seu pai Sr. Jorvercy Hermenegidio,  que era antiquário, quando um  outro antiquário da cidade, chamado Chaguinha mostrou um pedaço de cerâmica Saramenha e disse ao seu pai, que se ele conseguisse uma peça inteira, ela teria o status de antiguidade.

Partindo à procura da valiosa cerâmica seu pai descobriu que na cidade de Ouro Branco, existia o último mestre da cerâmica, Sr. Silvestre Guardiano Salgueiro – conhecido como  “Bitinho” , e tornaram-se grandes amigos.  Seu “Bitinho” contou como surgiu a técnica da cerâmica no Brasil. A Cerâmica Saramenha foi desenvolvida há mais de 200 anos em Minas Gerais. A técnica chegou ao Brasil no final do século XVIII, com o padre português Viega de Menezes, que descobriu o barro na região de Ouro Preto.  No início do século XIX, uma fábrica de cerâmica de saramenha foi aberta em Vila Rica (hoje Ouro Preto), na chácara Barão do Saramenha, daí o nome da técnica.

A fábrica abasteceu de louças inúmeras cidades ao longo da Estrada Real, até que foi fechada, devido à proibição imposta pela Coroa Portuguesa de se fazer produtos manufaturados no Brasil.  Os trabalhadores, no entanto continuaram a produzir a arte, às escondidas e foram passando a técnica de pai para filho.

Na cidade de Ouro Branco, os segredos da Cerâmica Saramenha estavam concentrados no Mestre Bitinho que, antes de falecer em 1998, ensinou a técnica ao ainda menino Rosemir, então seu primeiro discípulo que aprendeu e desenvolve até os dias de hoje com amor e perfeição, perpetuando essa arte para que jamais caia no esquecimento. O  aspecto rústico e uma beleza diferenciada,  cada peça ao ser confeccionada é diferente uma das outras, cada detalhe vem do íntimo e da sensibilidade de cada artesão. É conhecida como louça mineira, Louça vidrada, Louça bárbara e Louça grosseira.

Rosemir, encontra em olarias de fabricação de tijolos, o material para seu trabalho, as quais já estão inseridas e documentadas, na legislação Ambiental.  O que difere a cerâmica Saramenha das outras é o seu aspecto vidrado. Conseguido por meio de um verniz especial desenvolvido através de uma alquimia feito com pigmentos metálicos: (chumbo, ferro, cobre, manganês e sílica, produto não mineral encontrado na crosta terrestre conhecida também como terra oca). Apesar da cerâmica  chegado ao  Brasil pelas mãos de portugueses,  acredita-se  que seja de origem chinesa.

1º processo: é a fabricação em um torno de cerâmica tocado com os pés onde as peças são moldadas com as mãos, logo após sua secagem, vem o acabamento, depois são levadas ao forno para cozinhar até chegar ao ponto de “biscoito”, palavra usada pelos ceramistas, quando a peça está no ponto.

2º processo: a peça recebe o verniz em forma de banho e depois de coberta com o produto, volta ao forno pela segunda vez pra a vitrificação com um calor de aproximadamente 900º graus. Esse processo também tem um segredo o ceramista obedece com fidelidade a queima somente na lua nova, alega nas outra luas o Ph da terra é mais ácido motivo que as leva a trinca e rachaduras.