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Música passa a fazer parte da grade curricular em Congonhas

domingo, 09 de fevereiro de 2020 às 08:12 - por, admin.

Educação


Iniciativa deve funcionar em escolas municipais da vizinha cidade


A partir de 2020, a Música passa a fazer parte da matriz curricular do Ensino Fundamental I (1º, 2º e 3º Anos) da rede municipal de ensino, a exemplo do que sempre ocorreu com Matemática, Língua Portuguesa, Geografia, Histórica e Ciências. Nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, o Governo Municipal nomeou os professores de Música aprovados no Concurso Público Municipal, realizado em 2016, Euler Rocha Oliveira, Ana Carolina Pinto Souza e Rafael Mendes de Resende, por meio da portaria nº PMC/62, no cargo efetivo de Professor PEB II. A música já é oferecida aos alunos pelo projeto Arte na Escola, complementando a formatação do horário integral, criado pelo atual Governo Municipal.

A diretora de Educação para o Trabalho da Secretaria Municipal de Educação, Kátia Souza, lembra que este já era um desejo da secretária de Educação, Maria Aparecida Resende, desde quando assumiu a pasta em 2013. “A ideia é fazer com que a criança possa contar com todo o aprendizado que a música, que é milenar, possibilita à humanidade. Ela é muito mais do que um elemento lúdico, por ter o poder de melhorar a percepção, a inteligência e a coordenação motora da criança, o que é comprovado por diversos pesquisadores mundiais. E este desejo da secretária se concretiza graças ao prefeito Zelinho, que percebeu o quanto a medida será importante a médio prazo, para alavancar ainda mais a Educação de Congonhas”, avalia.

A inclusão da nova disciplina na matriz curricular despertará o interesse de mais alunos, que poderão, assim, ingressarem no projeto Arte na Escola. Este se desenvolveu nas escolas e criou possibilidades para que as pessoas se tornassem mais preparadas para a vida, inclusive como profissionais da música, do teatro ou do desenho. “Atualmente, temos o Rodrigo Yago Passos Rodrigues, profissional graduado na Arte dos desenhos de Games, em São Paulo, que esteve conosco durante sete anos; outro é o professor Felipe Marlon Professor, que está atuando em São Paulo e já fez Graduação e Pós-Graduação em Música, especializando-se em Violão; temos ainda professores ministrando aula em Mariana, Conselheiro Lafaiete, Entre Rios,  como em outras cidades; e tecladista em BH que é sempre convidado a trabalhar com artistas de reconhecimento nacional. Não foi só o Arte na Escola que proporcionou  a eles esta oportunidade, mas lhes ofereceu novas perspectivas. Atualmente há 45 profissionais no projeto. Há ainda o intercâmbio entre artistas da região, o que acabou criando um mercado regional. Entre os empossados, está o Rafael, profissional extremamente capaz e que vislumbrou em Congonhas uma oportunidade profissional. E isto para o município é maravilhoso”, afirma Kátia Souza

Também coordenadora do Arte na Escola, ela afirma que “a música, sem dúvidas, é um poderoso instrumento capaz de auxiliar, e potencializar o desenvolvimento do estudante, de melhorar significativamente a memória, criatividade, consciência corporal, concentração e a motricidade. Além disso, a música é uma das expressões mais antigas da humanidade, consolidada como uma das expressões mais fortes da cultura de cada povo, Seu uso nas escolas, além de deixar as aulas mais dinâmicas, pode promover o estímulo de áreas específicas do cérebro. Locais onde a leitura e escrita não conseguem atingir com tanta eficiência. Todos esses benefícios justificam a inclusão da música no currículo, contribuindo para que o aluno a assimile outros conteúdos curriculares. É comprovado que ela interfere positivamente para o aprendizado da Matemática, que é racional, porque trabalha a percepção e o raciocínio. Estimular a imaginação e a produção escrita dos alunos da rede pública de ensino, valorizando a produção individual e coletiva através de aprendizagens teóricas e prática, incentivando o surgimento de novos talentos. Na área das ciências humanas, contribui para que a pessoa viva melhor consigo e se relacione bem com outras pessoas, então é um aprendizado importante e amplo”.

Nos dias 27 e 28 de fevereiro, será realizado o planejamento das aulas de Música, da rede municipal de Congonhas, com a participação dos professores de música, as coordenadoras pedagógicas do Ensino Fundamental e o Tempo Integral, além dos professores do Arte na Escola. “O Objetivo é alinhar as atividades para todo o ano de 2020, possibilitando aos professores de música trabalhar com atividades lúdicas, que são instrumentos de motivação para a criança. Esta ela constrói seu conhecimento e exercita suas habilidades de forma descontraída, desenvolvendo sua motricidade, seu raciocínio e sua criatividade. Sem ser pressionada, aprende interagindo. As crianças gostam do concreto, alegre e colorido, esclarece a diretora Educação para o Trabalho”, conclui Kátia.

Os três professores trazem para as escolas municipais conhecimento acadêmico e muita prática adquirida pelo envolvimento com grupos musicais.

Euler Rocha Oliveira, do bairro Basílica, musicalizador, especializado em flauta transversal e que se arrisca ainda na flauta doce, violão, teclado, entre outros instrumentos, lembra que, quando entrou na faculdade para estudar Música, já pretendia fazer o concurso público na Prefeitura de Congonhas. “Eu me formei em 2003, comecei a trabalhar no Arte na Escola em 2006. Seis anos depois, passei no Concurso Público, o que se repetiu eu 2016. Espero transmitir todo o conteúdo que adquiri por onde passei a todos alunos e receber o retorno deles. Essa troca eu já vivencio no Arte na Escola. Quando eu era aluno do Ensino Básico, participava de grupos musicais, como a fanfarra, mas a atividade não era integrada, o que ocorrerá agora. Depois, só aos 15 anos, ingressei na Corporação Musical Bom Jesus e pude dar sequência ao meu sonho de viver da música”, recorda o filho do também músico Vicente Patrício, atual presidente daquela tradicional banda de Congonhas.

Ana Carolina Pinto Souza, do Joaquim Murtinho, começou a estudar flauta doce aos 7 anos, com a professora Maria Lúcia na Escola Municipal Padre Jacinto Pinheiro, na Vila Cardoso, em horário alternativo ao das aulas. Depois, Ana Carolina estudou clarineta, violino, participou da Camerata Renascente e da Orquestra do Arte na Escola, onde trabalhou de 2006 a 2015. Mas dar aulas regulares de música é uma situação diferente que viverá, conta. “Na época do Arte na Escola, era no contraturno só para alunos que se interessassem. Estou com muita vontade de entender mais sobre isso e conseguir fazer o melhor. O certo é que na vida estamos sempre oferecendo e recebendo informações. O que aprendo com minhas filhas em casa, que é ter paciência para ouvi-las e entender como corre o tempo delas, serve para trabalhar com os alunos. Já o resultado do desenvolvimento da musicalização na escola irá me ajudar a educar minhas filhas também, porque música é importante para a criança e para a vida toda, não só para um possível futuro profissional delas”, diz.

Um dos três professores de Música empossados nesta sexta já passou pela experiência de ensinar Música na sala de aula.

Rafael Mendes de Resende, de Jeceaba, é formado pela UFSJ, especializado em Violino, pós-graduado em Educação Social e faz Mestrado Musicologia também na UFSJ. “Eu ministrava aulas no Ensino Básico nas escolas municipais de Jeceaba, onde fui o idealizador da ementa [apresentação do conteúdo de uma lei] do projeto de Musicalização do 1º, 2º e 3º Anos do Ensino Básico. Lá diversos alunos se destacaram e ingressaram em outros projetos, como a banda, fanfarra e orquestra. Os alunos gostam e começam a buscar outros meios para aprenderem ainda mais sobre outros instrumentos. Também percebemos grande evolução psicomotora e social do aluno. A interdisciplinaridade contribui muito para a evolução dele noutras disciplinas. Quando criança, não tive esta oportunidade na escola. Como o Arte na Escola aqui em Congonhas já contribuiu para o surgimento de vários músicos, agora a tendência é de que aumente o número de crianças querendo aprender a tocar instrumentos musicais. Em Congonhas, a arte já faz parte da vida das pessoas, o que facilita nosso trabalho e faz com quem mais alunos se destaquem na música”, é o que espera Rafael, que ingressou no mundo dos acordes aos 15 anos na banda, depois fez aulas de violino aos 17 anos e entrei entrou para a Universidade aos 20 anos.

Quem também participou da solenidade do assinatura do Termo de Posse foi o secretário de Administração da Prefeitura de Congonhas, Sandro Cordeiro, que afirmou: “O Governo se sente gratificado em poder dar posse aos professores de música, para que contribuam na formação de seres humanos melhores e grandes músicos. Porque desta terra sempre surgiram grandes talentos musicais, como Marcus Vinícius, um dos concertistas de violão clássico mais respeitados na atualidade no Mundo, além de compositor”.

Foto & Texto: Secom/Assessoria de Comunicação PMC