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Curso para criadores de equinos e muares

quinta-feira, 26 de julho de 2018 às 09:28 - por, redacao.

Economia Rural


Prefeitura, SENAR e Sindicado do Produtor Rural


Prefeitura de Congonhas, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e o Sindicato dos Produtores Rurais de Conselheiro Lafaiete e Região ofereceram a dez criadores congonhenses e de cidades vizinhas o Curso de Casqueamento e Ferrageamento de Equinos e Muares, que aconteceu semana passada no Aras do Rob, localizado no Distrito do Alto Maranhão. O Alto Paraopeba já conta com um grande número de proprietários de animais e está se tornando referência nesta área. Este é o quinto curso ministrado por estes parceiros, sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia da Prefeitura e sua Diretoria de Desenvolvimento Rural.

O Curso de Casqueamento e Ferrageamento foi ministrado por um instrutor do SENAR/Minas que atua na área de equinocultura. Segundo Rafael Cerqueira Pereira, esta é uma área que está em ascensão no Alto Paraopeba, mas que ainda possui poucos profissionais qualificados.

O instrutor lembra que o artista principal desta atividade é o cavalo, que merece respeito total. “A primeira coisa com que nos preocupamos é com o bem estar animal, melhorando a forma de pisar, para evitar problemas ortopédicos que podem causar claudicações”, pontua.

Para que o trabalho seja bem feito, Rafael explica que é preciso seguir a risca alguns passos. “A primeira coisa é a limpeza do casco para avaliá-lo. As pessoas costumam dizer que vão corrigir aprumo de cavalo, mas isso só pode ser feito até os 6 meses de idade, depois disso acontece a ossificação. O segundo passo é melhorar o apoio do cavalo no chão, então buscamos nivelar os lados interno e externo do casco, para encostrarem de forma uniforme no solo. Depois é angular, mantendo as falanges alinhadas, para ele não ficar nem achinelado e nem fincado. Em seguida, acontece o balanceamento, para absorção de impacto. Com isso o cavalo terá mais conforto. É preciso também escolher o número correto da ferradura, fazer a modelagem dela e cravejar na muralha, que é como se fosse a nossa unha, e fazer o acabamento”, detalha.

Os dez alunos foram avaliados durante o curso. Cada um precisa ter 80% de aproveitamento para receber a certificação reconhecida pelo Ministério do Trabalho. “O bom da turma aqui é que é bem diversificada: tivemos alunos que vão casquear e ferragear cavalo de lida do dia a dia no campo, outros os de cavalgada e passeio e os que trabalham com cavalos e muares de marcha, que disputam provas. O que queremos é melhorar a mão de obra do campo. A função do SENAR é ensinar fazer fazendo, com técnicas. O que difere o melhor profissional é o detalhe, ele não será mais um. E estes alunos disseminarão estes ensinamentos para a comunidade”, diz o instrutor.

Entre os criadores que aperfeiçoaram a forma de lidar com equinos está Edson de Lima Silva, do Alto Maranhão. “Lido na roça desde criança e sempre com cavalo. Percebi que mexia errado no casco, modelava errado a ferradura e o cavalo sentia o desconforto. Com as aulas práticas, pude melhorar a forma de tratar o animal. Isso vai nos ajudar também nas cavalgadas e provas de marchas. Quando acontecerem outros cursos desse, vou estar presente”, garante.

Bruno Cândido Santana, também do Alto Maranhão, possui alguns cavalos, compra e vende, leva-os em prova e já ganhou alguns prêmios nelas. “Aqui aprendi que até então prejudicávamos muito o desempenho do animal, colocando ferradura errada, deixando ele mal balanceado e ele não ficava bem apoiado no chão. Esta iniciativa do Sindicato, Prefeitura e SENAR é muito boa, estava precisando, porque a gente está sempre querendo aprimorar a forma de cuidar do campo”, comenta.

Hugo de Pinho Botelho, da sede de Congonhas, está sempre fazendo contato com a Diretoria de Desenvolvimento Rural e procurando saber que cursos e atividades são oferecidos. “Meu pai tem uma propriedade e possuímos alguns cavalos da raça Mangalarga. Estamos incentivando as pessoas a lidar com este tipo de animal. Ele não deixa de ser um grande amigo e é bom estar em contato com ele. Aqui aprendemos a cuidar do bem estar do animal, o que garante segurança pra nós também. Aguardamos os próximos cursos”, diz.

Como exemplo da importância que a equinocultura está ganhando no Alto Paraopeba, o Diretor de Desenvolvimento Rural da Prefeitura, Wedson Guerra, lembra que o próprio Roberto, do Aras do Rob, –  criador de cavalos Mangalarga, com pontos de compra, venda e doma de animais, – é considerado um dos maiores especialistas do Estado, e participou, em Belo Horizonte, no período do curso, da Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marcador como expositor e juiz. “Mas ainda falta qualificação profissional para a região. Quando um criador precisa ferrar o animal, precisa trazer especialistas de fora. Só a mão de obra de cada par de ferradura fica em torno de R$ 180,00”, afirma.

Outros cursos

Antes esta parceria entre Prefeitura, Senar e Sindicato já havia disponibilizado para produtores e seus colaboradores cursos de implementos agrícolas, de manutenção de trator, de derivados do leite e outro para criadores de aves. Quem definiu a escolha destas e outras capacitações profissionais foram os próprios produtores, durante entrevistas feitas por um mobilizador do SENAR. “Os produtores ficam super satisfeitos com este apoio. Da nossa parte, isto acontece graças à atenção que o prefeito Zelinho e o secretário Christian tem com o setor agropecuário”, enfatiza, Wedson Guerra.

Em outubro, O Sindicado dos Produtores Rurais de Congonhas e Região, o SENAR e a Prefeitura irão trazer a Congonhas o curso de doma e rédea de equinos. Quitandeiros e quitandeiras também serão contemplados com uma qualificação este ano. Já em parceria com a Emater acontecerá o curso de produção de doces e compotas.

Foto&Texto: Assessoria de Comunicação/ PMC