Busca

Entidades mudam o tom da conversa

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021 às 16:11 - por, redacao.

Fechamento do comércio


C.Lafaiete teria que iniciar a semana com comércio fechado, mais alguns comerciantes insistem em permanecer com as portas aberta.


Diante o grande número de casos registrados pela pandemia, a cidade de Conselheiro Lafaiete/MG, aderiu no início desta semana a Onda Vermelha do plano Minas Consciente, obrigando assim, o fechamento do comércio local. Agora deve ficar em funcionamento, somente atividades essenciais para população. A determinação entrou em vigor no domingo (10);  mesmo com a publicação do Decreto Municipal 05/2021 alguns comerciantes insistem em manter as portas abertas, outros tentam despistar uma possível fiscalização, mantendo a entrada entre aberta.   

Nesta segunda-feira (11/01), insatisfeitos com a decisão que segue a orientação da Macrorregião de Saúde Centro-Sul para conter o avanço da Covid-19, comerciantes com o apoio de entidades comerciais como CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), da ACIAS (Associação Comercial Industrial Agropecuária e Serviços) e do Sidcomércio planejavam realizar uma manifestação em frente à Prefeitura Municipal mais a Promotoria de Justiça, aconselhou entidades a retroceder nesta atitude insensata e radical.  

Alerta da Promotoria e uma mudança nos planos

Depois de um alarme convocando pelas redes sociais, para manifestação, o Poder Público agiu de forma rápida e no sábado (9) a Promotora de Justiça, Carolina Queiroz de Carvalho, da Comarca de Conselheiro Lafaiete, expediu um manifesto às entidades empresárias, alertando que a saúde é um direito fundamental e social, assegurado pela Constituição Federal, e que o direito à livre manifestação de pensamento, não pode colocar em risco demais situações. No documento a Promotora Carolina Carvalho recomenda a Polícia Militar que tome providências para que não ocorra manifestações e que cada pessoa identificada, deva ser identificada para que a Polícia Judiciária e o Ministério Público, possam atuar com uma ação penal pública.

Prefeito Mário Marcus criticou a posição das entidades.

O prefeito Mário Marcus (DEM) tem criticado a manifestação com pulso firme, afirmando ser lastimável a atitude de empresários sérios que insistem em andar na contramão da pandemia. Em algumas declarações públicas, o Chefe do Poder Executivo afirmou ser esta uma atitude de muita irresponsabilidade.

Decisão

No domingo (10) uma reunião com participação das entidades comerciais, retiraram a ideia da manifestação e decidiram se reunirem numa  carreata, saindo da Praça do Cristo a partir das 15h, desta segunda-feira (11), conforme manifesto abaixo divulgado.

Confira a nota na íntegra

“Após um número muito maior que o esperado, de empresários e de trabalhadores do comércio demonstrarem interesse em participar do Ato Cívico em favor da Vida e do Comércio, na próxima segunda feira, 11, as entidades decidiram retirar o apoio à manifestação em formato de passeata, a fim de evitar qualquer risco ou hipótese de que o movimento viesse a ser considerado disseminador do coronavírus.

Tendo em vista a grande mobilização ocorrida desde a sexta-feira passada, especialmente nas redes sociais, indicando a possibilidade de uma participação muito grande, em torno de 1000 pessoas, o que tornaria muito difícil manter as condições adequadas de distanciamento.

E ainda, diante de informações da possibilidade de infiltração de elementos estranhos ao movimento do comércio, com a finalidade de causar tumulto.

E mesmo compreendendo a urgência de medidas que diminuam a aflição de comerciantes, que se preparam, por não ter outra saída, para demitir e em muitos casos para fechar seus negócios, e de funcionários que se veem ameaçados pelo desemprego.

Sem compreender por que o pequeno comercio, aquele que proporcionalmente mais emprega e não tem potencial de contágio, é mais uma vez impedido de abrir as portas.

Mais ainda, quando inúmeras outras atividades não são tratadas como ameaça pelos zelosos órgãos de controle. Caso do recente processo eleitoral, do descumprimento de uso de máscaras em via pública, dos ônibus lotado, e inúmeros outras situações que são claramente de risco.

Mesmo diante do apoio de grande parte da população, que vê, findarem os auxílios do governo, o risco de aumento do desemprego, não vê o comércio como foco de contágio e não sabe o que esperar dos órgãos de governo.

As entidades do comércio decidiram não mais apoiar o movimento no formato definido inicialmente, que seria uma passeata com caminhada até a prefeitura, saindo de vários pontos da cidade.
Contudo, por estarem cumprindo seu papel estatutário e legal, continuam apoiando o movimento dos comerciantes, desde que realizado em forma de carreata, com todos os cuidados contra a pandemia do coronavírus, partindo dos locais já previstos.

Assim, ACIAS, CDL e SINDCOMERCIO, reiteram que continuam apoiando e defendendo o comércio local, mas que diante dos riscos, inclusive mencionados em notificação do Ministério Público Estadual, pelo grande número de pessoas, deixam de apoiar a passeata prevista para segunda-feira, às 9:00h em frente à prefeitura municipal e solicitam firmemente que ninguém se dirija a pé, ao local com esta finalidade.

Contudo, por estarem cumprindo seu papel estatutário e legal, continuam apoiando o movimento dos comerciantes, e convida a todos para o Ato Cívico, que irá acontecer em forma de Carreata, saindo da Praça do Cristo a partir das 15:00h, com todos os cuidados contra a pandemia do coronavírus, partindo dos locais já previstos.”

Foto: Nesta segunda-feira nossa reportagem observou algumas lojas que seguiram as determinações, outros comerciantes insistiam em manter as portas abertas