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Prefeitura de Ouro Branco discute sobre APAC com a população

terça-feira, 28 de novembro de 2017 às 16:46 - por, redacao.

Por mais segurança


Modelo de sucesso seria o grande diferencial no tratamento com os  condenados


Local de instalação da Apac ainda não está definido; informação de que unidade será implantada no bairro São Francisco não é oficial

 

Buscando mais segurança para Ouro Branco, o Governo Municipal está investindo no modelo de instituição para cumprimento de penas de condenados que surpreende até juízes pelo país devido a sua eficiência. A metodologia revolucionária que garante quatro vezes mais resultados que os presídios convencionais no tratamento de apenados é a da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado, a Apac. Enquanto apenas cerca de 20% dos condenados que cumprem pena em prisões deixam a criminalidade após serem soltos, mais de 80% daqueles que são tratados pela Apac abandonam o crime após cumprirem suas sentenças na instituição. E o custo por preso (R$ 1.090) é três vezes menor do que é gasto pelos governos em presídios comuns no país (R$ 3.472), devido ao trabalho dos próprios condenados e de voluntários na manutenção das associações.

O próximo passo da Prefeitura é, junto com a população, decidir onde será implantada a Apac em Ouro Branco. Para isso, o Governo Municipal está estudando locais possíveis e realizando reuniões com a população para conversar sobre a questão. Não há um local definido. O objetivo é dar este passo de mãos dadas com a sociedade para que esta ação pela segurança, que é comprovadamente eficaz, seja uma realização de todos. Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada no início do mês, o juiz Ernani Barbosa Neves, da comarca de São João Del Rei, fala sobre como foi surpreendido pela Apac. “Eu achava um absurdo. Não entendia como era possível um estabelecimento prisional em que a porta de entrada era controlada pelos próprios presos”.

Segundo o jornal, “depois da visita a uma unidade e da conversa com um ex-recuperando, a coisa mudou, e ele ajudou a implementar uma unidade (da Apac) na cidade, hoje transposta para um prédio próprio, erguido pelos presos, com fontes e jardins, marcenaria, horta e criação de porcos”. O juiz ainda comenta que “quem quer vingança se esquece de que o preso uma hora volta para a sociedade”. Em outras palavras, a sociedade precisa se preocupar não apenas com a punição que o condenado sofrerá durante o cumprimento da pena, mas com a sua conduta após ser liberto. E os dados mostram que a metodologia Apac é muito melhor para a segurança da sociedade que receberá os condenados após o fim de suas sentenças. O major Marco Antônio da Silva, presidente da Apac de Conselheiro Lafaiete, falou sobre o apoio que o projeto recebeu em Ouro Branco durante a reunião que marcou o início dos trabalhos no município. “O mais importante é que (a Apac) está sendo criada mediante o apoio não só do prefeito, mas do juiz de Execução Penal, Dr. Paulo Roberto da Silva, do Ministério Público, da OAB, da Secretaria de Desenvolvimento Social e de outras entidades.”

 

Foto: O presidente da Apac do município vizinho comentou ainda sobre os desafios da implantação de uma unidade em Ouro Branco. “Os desafios são muitos, mas o principal deles é entender que a Apac precisa ser criada aqui”, ressaltou.