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Médicos especialistas

domingo, 23 de julho de 2017 às 19:29 - por, redacao.

Febre Amarela


Esclarecimento a população de Conselheiro Lafaiete


Os casos de Febre Amarela que vêm ocorrendo no leste de Minas Gerais têm preocupado a população de Conselheiro Lafaiete e, com isso estão lotando os postos de saúde em busca da vacina contra a doença. Diante disso, os médicos infectologistas Fernanda Neves Rosa e Flávio Augusto de Almeida Faria (Foto), em entrevista coletiva à imprensa, tranquilizaram a população da cidade e região e prestaram esclarecimentos sobre a situação.

Eles destacaram que o município de Conselheiro Lafaiete não registrou nenhum caso e está fora da área endêmica (área de ocorrência da doença), por isso não há motivo para pânico. Além disso, todos os casos notificados até o momento foram de Febre Amarela Silvestre. Dra. Fernanda Rosa esclareceu que desde 1942 não há registro de Febre Amarela Urbana no Brasil e que casos isolados de Febre Amarela Silvestre ocorrem, no entanto, em áreas endêmicas, o que não é caso de Lafaiete e região.

Quanto à vacinação, Dr. Flávio enfatizou que ao se vacinar toda a população há um aumento do risco de reação. Ele explica que a vacina é produzida com vírus vivo atenuado, portanto sem a condição de causar a doença, no entanto, em algumas pessoas podem ocorrer reações e até mesmo a doença, o que só ocorre em uma proporção de quatro casos em cada 400 mil doses da vacina. Mas, ainda assim é preciso cautela.

De acordo com os médicos devem procurar a vacina, no momento, as pessoas que precisam viajar para as cidades das regiões atingidas. Para isso é preciso procurar o posto e tomar a vacina no mínimo 10 dias antes da viagem. Dra. Fernanda Rosa destacou que não é preciso correr para se vacinar, que há vacina suficiente para a população e que ela é oferecida durante todo o ano nos postos do PSF e no setor de vacinação, na Av. Pedro II, 178, no bairro São Sebastião (ao lado do Centro de Promoção da Saúde).

Febre Amarela (doença e sintomas)
A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. Dr. Flávio Faria informou que cerda de 80% das pessoas que têm contato com o vírus não apresentam sintomas e que dos 20% que apresentam apenas 50% irão evoluir para casos mais graves, podendo levar a pessoa a óbito.

As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.

Transmissão e Prevenção
A Febre Amarela é transmitida em dois ciclos, silvestre e urbana. No ciclo silvestre é transmitido pelo mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou não tenha tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado.

Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação.

Recomendação da Vacina
Devem procurar os postos para a vacinação pessoas que irão viajar para áreas de ocorrência da doença; crianças a partir de 09 meses de idade com uma dose de reforço aos 4 anos (calendário de vacinas); adultos que não receberam nenhuma dose da vacina; idosos acima de 60 anos devem procurar orientação médica antes de se vacinarem.
Não podem receber vacina as gestantes; crianças menores de 06 meses de idade; as mulheres que estão amamentando só devem se vacinar em caso de surto ou epidemia e devem ficar sem amamentar durante um período de 28 dias após a vacinação. Os médicos destacam que quem recebeu uma dose da vacina já está imunizado.

Quadro Epidemiológico
Em nota técnica divulgada dia 20/01, a Secretaria de Estado da Saúde, informou que até esta data recebeu 272 notificações de Febre Amarela Silvestre, sendo que 47 já foram confirmados e 25 óbitos foram registrados. Foram considerados casos confirmados, aqueles que apresentaram exame laboratorial (MAC-ELISA – reagente / PCR – detectável) para Febre Amarela, exame laboratorial (MAC-ELISA não reagente / NS1 não detectável) para dengue e histórico vacinal (não vacinado), sinais e sintomas (3 ou mais sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso) ou exame laboratorial (MAC-ELISA – reagente / PCR – detectável) para Febre Amarela, exame laboratorial (MAC-ELISA não reagente / NS1 não detectável) para dengue, histórico vacinal ignorado, sinais e sintomas (3 ou mais sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso) ou exames complementares (2 ou mais exames) que caracterizem a doença.