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Sob as bênçãos do Bom Jesus

domingo, 17 de setembro de 2017 às 11:59 - por, redacao.


Cidade de Congonhas encerra mais um Jubileu


No ano em que a devoção ao Senhor Bom Jesus completa 260 anos, a cidade de Congonhas recebeu milhares de romeiros de todo o País para o Jubileu. Fé e religiosidade marcaram a festa que aconteceu de 7 a 14 de setembro. Durante toda a semana foram realizadas missas e confissões. A missa de encerramento foi celebrada pelo bispo Dom Geraldo Lyrio Rocha, e aconteceu nesta quinta-feira, 14. Maria Margarida Dias, de Santana dos Montes, contou que vem a Congonhas pagar uma promessa que fez para o seu genro que sofreu acidente. “Sempre me emociono quando venho aqui, agradeço muito ao Senhor Bom Jesus pela saúde do meu genro. Congonhas é uma cidade que me dá paz, é abençoada”, disse.

Além das missas, os peregrinos passam pela Sala dos Milagres, ao lado do Santuário de Bom Jesus. Nela, depositam seus votos, objetos que representam a sua fé. São cartas, bilhetes, relatos de milagres, fotografias de feridas e pessoas acidentadas, retratos de crianças e de famílias inteiras, pinturas, velas, membros e cabeças em cera, madeira e outros materiais. Outro fato marcante que acontece todos os anos durante o Jubileu é um grupo de peregrinos que vem a pé da cidade de Carmópolis de Minas, percorrendo mais de 126 km. A tradição começou em 1982, quando sete pessoas começaram a romaria em agradecimento aos milagres concedidos pelo Bom Jesus de Matosinhos. Trazendo como penitência uma grande cruz, os fiéis andaram todo o caminho rezando, cantando, por vezes de joelhos, em silêncio e em jejum glorificando ao Bom Jesus em um ato de fé e devoção.

A festa popularizou-se por causa do português Feliciano Mendes que chegou a Minas Gerais em busca de ouro e durante a sua estada no Município, acabou por adoecer. Durante a enfermidade, fez uma promessa ao Bom Jesus, a quem era devoto, de que se conseguisse se recuperar, daria toda sua fortuna e o que fosse adquirindo em peregrinação para a construção de uma igreja igual a de sua terra natal, Portugal. Assim o fez e, em 1757, as obras do Santuário iniciam-se. Considerado como o maior conjunto barroco das Américas, em 1985, a Basílica, juntamente com os profetas, capelas dos passos e demais esculturas atribuídas a mestre Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, pela UNESCO.

Museu de Congonhas

Desde o ano passado, os visitantes que vão à cidade celebrar o Jubileu contam com mais uma atração: o Museu de Congonhas, localizado na Alameda Cidade de matosinhos. Até o domingo, dia 17, o Museu terá entrada gratuita. Somente no período da festa já passaram mais de 10 mil visitantes no Centro Cultural. Geci Simião da Silva, de Diogo Vasconcelos, visitou o Museu e se emocionou. “Nunca vi nada parecido. Esse lugar é maravilhoso”, afirmou.

Pensando no período do Jubileu, o museu preparou uma programação especial, começando pela mostra “Paixão e Fé”, que reúne trabalhos da fotógrafa Eliane Gouvea sobreo Jubileu, além do bate-papo musical com o cantor e compositor carioca Danilo Caymmi, que aconteceu dia 5 de setembro, e a Roda de Violeiros com os romeiros que aconteceu no dia 13 de setembro. O Museu este ano contou com outra novidade: um mural para a exposição permanente, que homenagem aos romeiros que visitam o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos. As fotos foram realizadas durante a Romaria de 2016.

O painel causou muita surpresa para os visitantes, como foi o caso do Sr. Severino Vilaça, de 73 anos, quando viu sua foto estampada. No seu rosto, a felicidade do reconhecimento como um fiel a Bom Jesus e um misto de timidez pela exposição. Segurando sua mochila e com boné na cabeça, ele estava do mesmo jeitinho como na imagem. Há 20 anos, o aposentado de Itaguara (MG) vem a Congonhas para agradecer as graças e pedir saúde para o Bom Jesus na época do Jubileu. “Todos os anos eu venho a Congonhas, o Bom Jesus já atendeu muitos pedidos meus e da minha família. Tive um filho que nasceu doente, eu vim, pedi ao Bom Jesus e ele se recuperou muito, depois de 20 anos ele faleceu, mas sem sofrer. Agradeço muito ao Bom Jesus”, contou o Sr. Severino.

Fotos & Texto – Assessoria de Comunicação / PMC