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ARTIGO - Indelével Marca da Fé em Cons. Lafaiete

quinta-feira, 17 de agosto de 2023 às 22:03 - por, admin.


60 anos da Coroação Pontifícia Assumpta est Maria in caelum (Maria foi elevada ao céu)


Por – Acadêmico Moises Mota (Foto)

Presidente da ACLCL

Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais

Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada e imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte. (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 966).

Por vezes, a fé e a história se entrelaçam de tal forma que torna-se quase impossível separar uma da outra. Conselheiro Lafaiete é um desses lugares onde a espiritualidade ecoa tão profundamente que transcende gerações. E a celebração dos 60 anos da coroação pontifícia de Nossa Senhora da Conceição é um testemunho vívido dessa

Intersecção.

O dia 15 de agosto não é apenas uma data no calendário municipal; é o pulsar de um coração coletivo que remonta ao 2 de junho de 1961, quando o beato Papa João XXIII, o "Papa da Paz", colocou sua assinatura em um ato pontifício. Tal gesto não era apenas protocolar, mas um reconhecimento da devoção e fervor que a cidade demonstrava.

Vendo a praça central abarrotada de fiéis, enfeitada com faixas e flores, e iluminada por fogos de artifício, percebeu-se a magnitude do evento. Não é apenas sobre tradição; é sobre identidade. É uma afirmação da fé que define e molda a cidade. Entretanto, é vital que se entenda o significado por trás dessa grande assembleia. Não é apenas uma reunião cerimonial. É uma comunidade reunida em amor e devoção a Maria. Dom Daniel, o bispo lafaietense, o Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota e outras figuras eclesiásticas reconheceram isso. As presenças do Governador Dr. José de Magalhães Pinto e do prefeito Dr. Orlando Baêta da Costa amplificaram o alcance do evento, demonstrando que a fé não se limita à espiritualidade, mas permeia todos os aspectos da sociedade.

O hino, uma peça magistralmente composta pelo Cônego José Sebastião Moreira, pároco da freguesia, e orquestrada pelo maestro Mansuêto Leão Correia, não é apenas uma canção. É o coro de uma cidade que proclama seu amor e devoção: “Lafaiete hoje vem jubilosa, Celebrar o triunfo imortal” “Honra e glória no céu e no exílio, à excelsa

“Rainha e Mãe nossa!”.

Refletir sobre Maria como mãe e rainha não é mero simbolismo; é reconhecimento. Em um mundo cada vez mais cínico e desconectado, Conselheiro Lafaiete nos oferece uma lição. Seis décadas de devoção fervorosa e contínua nos mostram que a fé é intemporal, uma chama que não se apaga. Ao olhar para trás, vemos não apenas um evento, mas um mosaico de momentos e emoções entrelaçados. E é imperativo que, enquanto sociedade, valorizemos e preservemos esses laços. Porque, no final, são eles que nos definem e nos unem.